As Minas da Panasqueira situam-se entre o Cabeço do Pião e a aldeia da Panasqueira na Beira Baixa.
São famosas pela produção de volfrâmio e estanho, mas também pela variedade e qualidade dos minerais que atraem colecionadores de todo o mundo.
A história das Minas da Panasqueira
As minas passaram por várias fases de exploração, com diferentes empresas e proprietários, e foram palco de importantes acontecimentos históricos, como a Segunda Guerra Mundial, em que o volfrâmio foi muito procurado pelos países beligerantes.
As minas também tiveram um grande impacto social e económico na região, gerando emprego e riqueza para milhares de trabalhadores e famílias.
No auge da produção, na década de 1940, as minas tinham cerca de 10.000 trabalhadores. Empregam atualmente cerca de 300 pessoas e produzem cerca de 100 toneladas de concentrado de volframite por mês.
A geologia das minas
As Minas da Panasqueira estão inseridas numa complexa zona geológica, que resulta da interação entre o maciço granítico da Serra da Estrela e as rochas metamórficas do complexo xisto-grisalho.
Aqui formaram-se veios de quartzo com sulfetos metálicos, que constituem o depósito mineral das minas.
Os veios têm uma morfologia variável, que pode ser plana, curva ou ramificada, e uma espessura que varia entre alguns centímetros e vários metros.
Os veios contêm vários minerais, os mais importantes dos quais é volframite, cassiterita e pirite.
Além destes, existem também outros minerais menos abundantes, mas muito apreciados pelos colecionadores, como a apatita, a fluorita, a mica ou o berilo.
Mineração de Minas da Panasqueira
A exploração é feita por galerias subterrâneas que se estendem por vários quilómetros e níveis de profundidade.
O minério extraído é transportado para a superfície e em seguida, enviado para a lavadeira, onde é triturado, moído e concentrado por processos físicos.
O concentrado obtido é posteriormente embalado e exportado para vários países, onde é utilizado em vários tipos de Indústria.
Património das minas
As Minas da Panasqueira são um património único do ponto de vista mineiro, geológico e paisagístico.
Têm uma grande importância científica e didática, pois permitem estudar a formação e evolução dos lodos mineralizados, bem como a diversidade e beleza dos minerais que os compõem.
Também tem grande valor histórico e cultural, pois testemunham o trabalho árduo e a vida das comunidades mineiras que marcaram a identidade da região.
Ainda hoje se encontram vários vestígios da infraestrutura e equipamentos utilizados ao longo dos anos na mineração.
Também têm um forte impacto visual na paisagem circundante, pois criaram enormes montes que se assemelham a montanhas artificiais.
Estas escombreiras, apesar de serem o resultado de uma atividade poluente, têm também uma certa beleza e atração, pois contrastam com a vegetação e o relevo natural.
A valorização das minas
As Minas da Panasqueira são um recurso turístico com um grande potencial de valorização e dinamização.
Está em curso um projeto denominado “Rota do Wolfram e do Estanho – História e Memória das Comunidades Mineiras”, que visa criar rotas e requalificar espaços associados às minas para fins interpretativos e educativos.
Um dos espaços a requalificar é a Lavaria do Cabeço do Pião, uma impressionante estrutura que servia para lavar o minério e que está abandonada desde 1985.
Outro espaço é o Museu Mineiro, instalado num antigo depósito de combustível que imita um gasómetro, onde estão expostos vários objetos relacionados com a história e atividade das minas.
Está prevista a abertura de algumas galerias subterrâneas, onde os visitantes poderão observar de perto os depósitos mineralizados e os métodos de extração utilizados.
O projeto visa preservar e divulgar o património mineiro das Minas da Panasqueira, bem como sensibilizar para a sua importância e sustentabilidade.