O navio Cutty Sark é um dos clippers mais famosos do mundo, construído em 1869 para o comércio de chá entre a China e a Grã-Bretanha. Atualmente encontra-se preservado como um museu flutuante no rio Tâmisa, em Londres, onde recebe milhares de visitantes todos os anos. Mas sabia que este navio tem uma forte ligação a Portugal?
O Cutty Sark projetado pelo arquiteto naval escocês Hercules Linton, inspirou-se nos navios portugueses que navegavam pelas rotas orientais.
Usou madeira de teca da Índia e ferro forjado para criar um casco resistente e elegante, capaz de atingir altas velocidades.
O nome do navio vem de uma personagem de um poema escocês, uma bruxa chamada Nannie Dee que usava um sark cutty.
A primeira viagem
O Cutty Sark fez a sua primeira viagem em 1870, partindo de Londres para Xangai, na China, transportando cerca de 600 toneladas de carga, incluindo carvão, cerveja e vinho. Ele voltou com mais de 1 milhão de quilos de chá, um produto muito valioso na época.
O navio efetuou viagens regulares entre a China e a Grã-Bretanha até 1877, até que o Canal de Suez foi aberto, reduzindo o tempo de viagem e por conseguinte tornando os clippers obsoletos.
Cutty Sark passou a ser Ferreira
Foi então que o Cutty Sark começou a navegar para outros destinos como Austrália, Nova Zelândia e Brasil. Em 1895, foi vendido a uma empresa portuguesa chamada Ferreira & Co., que mudou de nome para Ferreira.
O navio começou a transportar principalmente vinho do Porto, café e açúcar, fazendo escalas em Lisboa, Porto, Rio de janeiro, Santos e Buenos Aires. Também participou em algumas regatas, competindo com outros clippers e navios a vapor.
O Cutty Sark permaneceu sob a bandeira portuguesa até 1922. Nesse ano, o capitão inglês Wilfred Dowman comprou o navio e restaurou-o passando a utilizá-lo como um navio de treino para jovens marinheiros.
Doado em 1938 ao Incorporated Thames Nautical Training College, onde continuou a servir como navio-escola até 1954.
Em 1957 o Cutty Sark é transferido para uma doca seca.
Sem dúvida o Cutty Sark é um símbolo da era de ouro da vela, quando os navios cruzavam os oceanos em busca de aventura e comércio.
É também um testemunho da relação histórica entre Portugal e a Grã-Bretanha, afinal são dois países que partilham uma longa tradição marítima.
Se você tiver a oportunidade de visitar Londres, não deixe de conhecer este incrível navio que faz parte da história de ambos os países.