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Conhece o Bocage?

Bocage

Manuel Maria Barbosa du Bocage foi um dos maiores poetas portugueses do século XVIII. Ele é conhecido pela sua poesia satírica, erótica e lírica, que expressava a sua personalidade rebelde e inconformista.

Influenciado pelo movimento literário do Arcadismo, também se aproximou do Romantismo, que surgiria mais tarde na Europa.

Perseguido pela Inquisição pelas suas ideias liberais e revolucionárias, passou parte da sua vida na prisão ou no exílio.

Contudo, a sua obra é considerada um marco da literatura portuguesa e um exemplo de genialidade e originalidade.

Neste post, vamos recordar a sua vida e obra, e homenagear o seu legado literário.

Nascimento do Homem, crescimento do Poeta

Manuel Maria Barbosa du Bocage foi um dos maiores poetas portugueses do século XVIII.

Bocage nasceu em Setúbal, em 15 de setembro de 1765, numa família aristocrática.

Desde cedo, demonstrou talento para as letras e para a música, mas também para a rebeldia e a aventura.Bocage iniciou a sua carreira literária aos 14 anos, quando publicou o seu primeiro poema, “A Lira”, na Gazeta de Lisboa.

Aos 18 anos, alistou-se na Marinha e viajou para a Índia, onde conheceu diversas culturas e escreveu vários poemas exóticos e satíricos. Regressou a Portugal em 1789 e fixou-se em Lisboa, onde se tornou uma figura proeminente do movimento arcádico, que defendia uma poesia simples, natural e inspirada na Antiguidade Clássica.

Bocage destacou-se não só pela sua originalidade, como pelo seu espírito crítico e pela sua capacidade de improvisar versos.

Os seus poemas abordam igualmente temas variados, como o amor, a natureza, a religião, a política e a sociedade. Assim, foi também um mestre da poesia lírica, especialmente dos sonetos, que revelam a sua sensibilidade, o seu lirismo e a sua melancolia.

Bocage e o Arcadismo

Bocage foi um dos expoentes do Arcadismo português, um movimento que defendia a simplicidade e a naturalidade na arte, inspirado nos ideais da Antiguidade Clássica. No entanto, ele também rompeu com as convenções da época, ao expressar os seus sentimentos mais íntimos e as suas críticas sociais e políticas, numa linguagem rica e original. A sua obra abrange diversos géneros, como a ode, a elegia, a sátira, a epístola, o soneto e a canção.

A vida de Bocage foi marcada por paixões amorosas, duelos, prisões e perseguições. Ele teve vários casos amorosos com mulheres casadas, que inspiraram alguns dos seus poemas mais famosos. Além disso, também se envolveu em conflitos com outros escritores e personalidades da época, que ridicularizou nos seus versos.

Em 1797, Bocage foi preso pela Inquisição, acusado de heresia e blasfémia. Na prisão, converteu-se ao catolicismo e renegou parte da sua obra anterior.

Após a sua libertação, ingressou na Nova Arcádia, uma academia literária que pretendia renovar o Arcadismo. No entanto, logo se desiludiu com o projeto e abandonou-o.

Nos últimos anos da sua vida, Bocage viveu na pobreza e na doença. Ainda assim, continuou a escrever poesia, mas com um tom mais sombrio e reflexivo. Ele morreu no dia do seu aniversário em 1805, deixando uma obra vasta e diversificada, que influenciou gerações de poetas portugueses.

Em conclusão, Bocage é considerado um dos maiores representantes da literatura portuguesa, e um símbolo da liberdade de expressão e do espírito crítico.

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