A Ponte 25 de Abril

A Ponte 25 de Abril é uma das obras de engenharia mais emblemáticas de Portugal, que liga a cidade de Lisboa à cidade de Almada.

História da Ponte 25 de Abril

A ideia de construir uma ponte sobre o Tejo remonta aos finais do século XIX, mas só na década de 1950 o Estado Novo decidiu avançar com o projeto.

A ponte seria também uma forma de promover o desenvolvimento urbano e industrial da Margem Sul, bem como transferir alguma infraestrutura militar para aquela zona.

A construção iniciou-se em novembro de 1962 e durou quatro anos, tendo sido realizada pela empresa americana United States Steel Internacional, que já tinha experiência na construção de pontes suspensas, como a Golden Gate Bridge, em São Francisco.

Inaugurada a 6 de agosto de 1966, com o nome de Ponte Salazar, em homenagem ao ditador que governava o país na altura. A cerimónia de inauguração contou com a presença do Presidente da República, Américo Tomás, e do Cardeal-Patriarca de Lisboa, Manuel Gonçalves Cerejeira.

Inicialmente tinha apenas um tabuleiro rodoviário com seis faixas (três por sentido), mas em 1999 foi inaugurado um segundo tabuleiro inferior com duas linhas ferroviárias eletrificadas, que permitiu a ligação de comboios suburbanos e regionais entre as duas margens.

A construção do tabuleiro ferroviário foi uma das condições impostas pela União Europeia para financiar a construção da Ponte Vasco da Gama, inaugurada em 1998.

Em 1974, após a revolução que derrubou o regime ditatorial, a ponte mudou de nome para Ponte 25 de Abril. Desde então, a ponte tornou-se um símbolo de liberdade e democracia no país.

Característica

A Ponte 25 de Abril é a 33.ª maior ponte suspensa do mundo, com um comprimento total de 2.277 metros e um vão livre de 1.013 metros.

A altura máxima dos pilares é de 190 metros e a altura do tabuleiro da estrada é de 70 metros acima do nível médio da água.

O tabuleiro ferroviário está localizado a cerca de 20 metros abaixo do tabuleiro da estrada.

A ponte tem uma capacidade máxima de tráfego de cerca de 300.000 veículos por dia e cerca de 160.000 passageiros por dia em comboios. A portagem está localizado na costa sul com 16 pistas, das quais seis são automáticas (duas ViaCard e quatro ViaVerde). As tarifas variam conforme a classe do veículo, e as motocicletas se beneficiam de um desconto de 30% em estradas automáticas. Há ainda descontos progressivos para utilizadores frequentes da ponte com os meios de pagamento ViaCard e ViaVerde.

A ponte está equipada com vários sistemas de monitorização e controlo, que permitem avaliar o seu comportamento estrutural e operacional.

Entre esses sistemas estão: sensores meteorológicos, câmaras de vigilância, painéis de informação, semáforos, radares, balanças dinâmicas, detetores de incêndio e sismógrafos.

Desafios

Enfrenta vários desafios relacionados com a sua manutenção, conservação e reforço estrutural, tendo em conta o seu elevado tráfego, a sua exposição às condições climáticas e sísmicas e o seu envelhecimento.

Desde a sua inauguração, a ponte sofreu várias intervenções de reparação e reabilitação, a mais recente das quais iniciou em 2018.

Outro desafio que a ponte enfrenta é a sua capacidade de resposta às necessidades de mobilidade da população, que tem aumentado ao longo dos anos.

Costuma ficar congestionada em períodos de maior demanda, principalmente nos horários de pico, causando atrasos e transtornos aos utilizadores.

A Ponte 25 de Abril é um monumento histórico e cultural, que testemunha as mudanças políticas e sociais que ocorreram em Portugal nas últimas décadas.