Em Cabeço de Vide, uma freguesia Alentejana, descobriu-se uma molécula cuja estrutura química é semelhante à estrutura química da água.
Por consequência, estas águas são conhecidas pela sua riqueza mineral e propriedades terapêuticas, sendo utilizadas desde a época romana para fins medicinais e de bem-estar.
A freguesia possui um património histórico e cultural ligado ao termalismo, como o castelo, o cruzeiro, o pelourinho e o solar Simas Cardoso.
Mas o que torna estas águas tão especiais e únicas? A resposta está na sua origem geológica e na sua composição química.
As águas de Cabeço de Vide emergem perto do contacto da intrusão de rochas máficas e ultramáficas (parcialmente serpentinizadas) com rochas carbonatadas da época cambriana.
As rochas são afetadas por processos de metamorfismo e hidrotermalismo, isto é, alteram a sua mineralogia e geram fluidos ricos em elementos como cálcio, magnésio, ferro, enxofre e silício.
A molécula descoberta é um composto de hidrogénio, oxigénio e silício, que se forma quando a água interage com a serpentina, um mineral que resulta da alteração de rochas ultramáficas.
A molécula tem a fórmula H2SiO4 e chama-se ácido ortosilícico. Este ácido é muito instável e tende a decompor-se em água e dióxido de silício (SiO2), formando uma fina camada de sílica nas superfícies das rochas e canais através dos quais a água circula.
O ácido ortosílicico é um indicador de presença de organismos vivos, isto é, um “biomarcador”.
Além disso, estes organismos utilizam o ácido ortosilícico como fonte de energia e material para o seu crescimento.
A descoberta desta molécula em Cabeço de Vide tem implicações importantes para a compreensão da origem da vida na Terra e noutros planetas.
As condições geológicas e químicas das águas de Cabeço de Vide são semelhantes às existentes na Terra, quando foram gerados os primeiros organismos vivos.
São, por isso, um laboratório natural para estudar os processos que levam à formação de moléculas orgânicas a partir de moléculas inorgânicas.
Essas águas são comparáveis às que se pensa existirem em outros corpos celestes, tais como Marte ou ainda na Europa, uma das luas de Júpiter.
A descoberta desta molécula em Cabeço de Vide despertou o interesse da NASA, que enviou uma equipa de cientistas para estudar as águas da freguesia.
A descoberta desta molécula em Cabeço de Vide é, por isso, um marco científico e um motivo de orgulho para Portugal.
Em conclusão, além dos benefícios para a saúde e o turismo, essas águas podem contribuir para o avanço do conhecimento sobre a origem e evolução da vida no nosso planeta e em outros mundos.
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