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A Conquista de Ceuta

Conquista de Ceuta

A conquista de Ceuta foi um marco histórico para Portugal e para o mundo. Foi a primeira vez que os portugueses se aventuraram para além do continente europeu e iniciaram a expansão ultramarina que os levaria a descobrir novas terras, povos e riquezas.

Qual a importância de conquistar de Ceuta?

Ceuta era uma cidade muçulmana situada no Norte de África, à entrada do Estreito de Gibraltar. Era um importante centro comercial, onde chegavam caravanas que traziam do Oriente produtos como ouro, marfim, especiarias e escravos. Os portugueses, que sofriam com a escassez de cereais, metais preciosos e mão de obra, viram em Ceuta uma oportunidade para melhorar a sua situação económica e controlar o tráfego marítimo entre o Atlântico e o Mediterrâneo.

As Razões da Conquista de Ceuta

Para além de razões económicas, havia também razões políticas, religiosas e sociais para a conquista de Ceuta. O rei D. João I, que ascendera ao trono em 1385 após a crise de 1383 – 1385 e a batalha de Aljubarrota, queria consolidar o seu poder e prestígio, bem como o dos seus filhos, os infantes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique.

A conquista de Ceuta teria com o intuito de demonstrar a força e a capacidade militar de Portugal, além de permitir que os infantes fossem armados cavaleiros por um feito de guerra.

A conquista de Ceuta teve também um carácter religioso, pois se enquadrou nas cruzadas contra os muçulmanos, que ainda dominavam parte da Península Ibérica e ameaçavam as costas portuguesas com ataques piratas. Os portugueses viam-se como defensores da fé cristã e pretendiam expandi-la para territórios islâmicos.

Nesse sentido, contaram com o apoio do Papa Martinho V, que concedeu indulgências aos participantes da expedição e autorizou a cobrança de um imposto eclesiástico para financiar a empresa.

Interesses para a conquista de Ceuta

A conquista de Ceuta envolveu também os interesses de diferentes sectores da sociedade portuguesa. A nobreza buscava novas terras, o clero desejava ampliar a sua influência e converter mais pessoas ao cristianismo, a burguesia ansiava por novas mercadorias, o povo, a esperança de encontrar mais trabalho e melhores condições de vida.

Para preparar a expedição, o rei D. João I enviou dois embaixadores à Sicília sob o pretexto de pedir a mão da rainha para o infante D. Pedro, mas, na verdade, tinham como missão recolher informações sobre Ceuta. O rei também obteve o apoio da coroa de Castela, que se comprometeu a não atacar Portugal durante a ausência do monarca.

A expedição partiu de Lisboa a 25 de julho de 1415, composta por uma frota de cerca de 200 navios e cerca de 28.000 homens. No dia 21 de agosto, chegaram ao ponto de vista de Ceuta e começaram a desembarcar nas praias próximas à cidade.

Apesar da resistência dos muçulmanos, os portugueses conseguiram romper as muralhas e entrar na cidade no dia seguinte. A conquista foi rápida e com poucas baixas: apenas oito portugueses morreram, enquanto os muçulmanos tiveram vários milhares mortos ou feitos prisioneiros.

A conquista de Ceuta foi celebrada com grande entusiasmo em Portugal e na Europa cristã. D. João I recebeu o título de “Rei Conquistador” bem como os seus filhos eram cavaleiros armados na catedral da cidade. Os portugueses saquearam a cidade durante a noite e levaram consigo muitos bens e cativos.

O início de um Império Ultramarino

A conquista de Ceuta marcou o início do império português e a expansão marítima que levaria os portugueses a explorar a costa africana, a descobrir as ilhas atlânticas, a chegar à Índia, ao Brasil e ao Extremo Oriente.

Foi também o início de uma longa presença portuguesa no Norte de África, que duraria até ao século XX. Ceuta permaneceu sob domínio português até 1640, quando passou para a Espanha, que atualmente ainda a administra como uma cidade autónoma.

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